segunda-feira, 26 de abril de 2010

Proposta 3

Através da alteração das cores de algumas imagens, é possível mudar o seu significado.
A partir da foto de uma favela brasileira, tentei remodelar as casas.
Transformei uma carrinha velha e abandonada numa nova, com cor, e construí um cenário que acompanhasse esta mudança.
Por último, o sumo de laranja, que passou a ser de cereja.











quarta-feira, 21 de abril de 2010

A cor

A cor está tão presente no nosso quotidiano que, às vezes, não damos conta. Esta não tem existência material: só conseguimos ver as cores na presença de luz. Pode também ser dividida entre cores quentes e cores frias. As quentes correspondem ao vermelho, laranja e amarelo, entre as suas variações, e as frias englobam o verde, o azul e o violeta, mais uma vez para além das suas variações. Na nossa sociedade, associamos geralmente as cores quentes a uma grande carga de energia ou de paixão, enquanto que as cores frias significam a calma, a paz, entre outros relacionados. No entanto, o significado de uma cor não é global. Depende, sem dúvida, do contexto em que é utilizada. Para além disso, o significado que damos à cor depende da interpretação dada pela mente de cada um de nós. Cada indivíduo tem uma história de vida única. Aquela cor que poderá significar alegria para uns, pode ser tristeza para outros por associação a determinado acontecimento. O preto significa elegância, mas também pode transmitir tristeza ou luto.
Há significado informativo na cor. No semáforo, por exemplo, o verde significa que podemos passar, o vermelho é para parar e o amarelo leva-nos a abrandar. A organização da sociedade implica que se estabeleçam regras, mesmo que muitas vezes não consigamos explicar bem o porquê. A partir daí, expressões como “dar luz verde” são entendidas pelos cidadãos em comum – neste caso em concreto, significa que algo pode passar à fase seguinte. No entanto, não é só de significados estabelecidos que vive a cor. Esta pode passar a representar um sentimento, uma emoção. Temos memória fotográfica e, sendo a cor um dos elementos que mais facilmente memorizámos, costumámos associar determinadas cores a determinados acontecimentos. Se esse acontecimento for positivo, a cor que lhe está associada passa a ser tida por nós como positiva; se, pelo contrário, for negativo, passamos a ver essa mesma cor como vemos o acontecimento que lhe associamos: de forma negativa. O gostar ou não de uma cor depende muito desta ideia.

É também através da cor que gerimos o nosso dia-a-dia.

Ajuda-nos a identificar postos de venda ou marcas




Faclita a actividade comercial




Proíbe e informa. Pára, abranda e deixa avançar.





Identifica instituições




Identifica cursos





Identifica partidos políticos, sendo associada a ideais em determinados contextos





Facilita a orientação




Até no MSN!

domingo, 18 de abril de 2010

Alberto Caeiro - Tipografia

Sendo Alberto Caeiro um homem clássico, utilizei a fonte Footlight MT Light. É também um poeta da simplicidade, pelo que utilizei esta máxima na construção da minha tipografia. As 24 linhas de texto foram usadas para delinear uma flor, que ocupa a página inteira, com linhas imperfeitas propositadas. O núcleo da flor foi preenchido para que haja uma ligação visual entre esse elemento e a palavra “florida”. O “f” desta palavra foi tratado de forma a sugerir o caule de uma flor, mostrando que a forma das letras pode ter mais utilizações para além daquela que já conhecemos. Utilizei a cor de forma moderada, apenas na palavra “verde”, porque acho que forma um efeito visual sugestivo, contrastando com a neutralidade dos restantes elementos visuais.

Ricardo Reis - Tipografia

Na tipografia de Ricardo Reis utilizei a fonte Book Antiqua em Itálico pois penso que se adequa à sua melancolia. Mais uma vez, utilizei apenas uma cor não neutra: azul, nas frases que sugerem a ondulação do rio. Os dois primeiros versos estão acima do rio, como duas nuvens. A imagem da mulher está no lugar da Pagã referida no poema, a preto, como uma silhueta triste. A frase “Pagã triste e com flores no regaço” cai propositadamente no regaço dessa mulher, exemplificando a ideia de que, numa tipografia, é possível ver antes de ler.

Álvaro de Campos - Tipografia


Álvaro de Campos, o ruído, a máquina, o movimento. A fonte Times New Roman pareceu-me adequada. Utilizei as palavras “rodas” e “engrenagens” para construir aquilo a que se referem. Na cor, o contraste entre vermelho e preto remete-me, sem dúvida, para este heterónimo de Fernando Pessoa. O rrrrr eterno também foi retratado de forma a transmitir essa mesma continuidade. O fundo é mais uma expressão de movimento, e tentei incutir-lhe a “fúria” referida no poema. O fundo é amarelado, lembrando a folha de um jornal. Nas restantes palavras do verso inspirei-me nos futuristas e no que estes defendiam que deveria ser a posição das letras no papel.